A riqueza, a originalidade e a diversidade da gastronomia portuguesa são objecto de culto e uma mais valia para os turistas que nos visitam, logo seguido do clima, da simpatia do povo e dos monumentos. A importância da nossa Gastronomia foi assim reconhecida pelo Governo através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 96/2000 que consagrou a sua integração como um bem imaterial integrante do património cultural de Portugal.
É inquestionável, turisticamente, a importância da Gastronomia como factor diferenciador da nossa oferta turística nacional.
Em Esposende, a gastronomia tradicional portuguesa têm lugar cativo. O esmero colocado na arte de bem confeccionar e servir grandes repastos, "verdadeiros manjares dos deuses", reflectem a pureza, variedade, genuinidade e tradição da nossa cozinha onde pontificam os produtos alimentares endógenos que caracterizam a nossa dieta atlântica, baseada nos peixes do nosso mar e rios.
Nesta "Terra de Mar", despontam nas ementas, entre outras iguarias, o suculento robalo - assado no forno ou de arroz -, a maravilhosa tainha, o sargo ou um delicioso salmão, sem esquecer o bacalhau e a sardinha cozinhados de "mil e uma maneiras", ou ainda a riqueza os mariscos da nossa costa e a lampreia, fazem as delicias de todos nós e representam um cartaz gastronómico impar na região e no país.
Na companhia da degustação destes pratos estão os Vinhos Verdes de Quinta, suaves, leves e aromáticos provenientes das encostas soalheiras dos vales do Neiva e do Cávado.
As famosas e adocicadas clarinhas de Fão, as Cavacas ou Folhadinhos rematam uma faustosa refeição.
O concelho de Esposende pertencendo à grande Região Demarcada dos Vinhos Verdes e à sub-região do Cávado (Esposende, Barcelos, Braga, Vila Verde, Amares e Terras do Bouro) revela algumas particularidades que importa destacar.
Antes porém, nunca é demais reafirmar a originalidade do Vinho Verde no panorama vitivinícola português e mundial. O Vinho Verde ocupa de facto um lugar muito particular e ímpar no contexto dos vinhos portugueses. E de tal forma e, com tanta força, que desde o século XVIII que os vinhos portugueses se classificam em Verdes e Maduros, o que comprova o carácter genuíno e inimitável dos vinhos desta encantadora e viçosa terra do Entre Douro e Minho.
Mas, antes de nos pronunciarmos sobre a diversidade natural no seio desta denominação de origem internacionalmente reconhecida e protegida, urge afirmar o que são os Vinhos Verdes, o que os distingue face aos demais.
Os Vinhos Verdes são um produto natural reflexo das particularidades da sua área geográfica encravada entre o mar e as serras. É duma ligação íntima dos factores naturais – relevo, solo e clima únicos no mundo – com a maneira de ser do português que nasce um vinho alegre e respeitador da inteligência humana, porque pouco alcoólico. É sem dúvida o produto regional que de forma mais marcante retrata a originalidade do Noroeste português e é certamente a mais típica denominação de origem nacional.
Para muitas pessoas será surpreendente a produção vinícola num concelho que se espraia ao longo das refrescantes águas do mar Atlântico. No entanto, existem razões naturais e humanas que explicam este "milagre" do vinho às portas do mar:
Razões naturais:
Razões humanas:
A Pureza – do vinho reflexo da Natureza, sem embustes nem artificialismos;
A Simplicidade – o carácter muito vincado dos aromas e sabores simples e intensos de frutos (citrinos) e flores (frésia, rosa e lantanas);
A Frescura extrema – uma acidez fixa denotando uma maturação lenta e suave, capaz de conservar, a par de uma riqueza em açúcar apreciável, um teor em ácidos orgânicos elevado;
A Suavidade – de um vinho que não agride, mas respeita a inteligência humana, dado o seu contido teor alcoólico. A sua suavidade e elegância fazem dele o néctar que dá de beber à alma, na expressão feliz de António Augusto de Aguiar.
De uma maneira geral podemos caracterizar os vinhos brancos como possuindo um intenso perfume floral (notas de frésia e rosa) e frutado da casta Loureiro, um vinho seco e com muito carácter, capaz de deslumbrar pela sua frescura e elegante corpo. A consumir acompanhando marisco cozido, pratos de peixe do mar como por exemplo robalo, pescada e goraz de preferência grelhados ou assados, carnes de capoeira (frango do campo assado) e queijos de pasta mole tipo "Camembert". Nos anos de excelente maturação esta casta também permite a obtenção de um vinho aperitivo, a servir antes das refeições ou entre as mesmas. Já o tinto da casta Vinhão possui cor retinta vermelho rubi, intenso aroma a frutos silvestres, sabor acídulo, fresco, leve e dessedentante, óptima companhia para a culinária minhota, nomeadamente o arroz de sarrabulho, o cabrito assado, a lampreia e de uma maneira geral todos os seus pratos de carnes vermelhas.
A Câmara Municipal de Esposende, em colaboração com as unidades de restauração do concelho, promove a iniciativa "Março com Sabores do Mar".
Este evento gastronómico é complementado com um vasto programa de animação.
O "Restaurante Varandas do Cávado" do Hotel Suave Mar, com a sugestão "Polvo na Caçarola", venceu o Concurso Gastronómico "Março com Sabores do Mar 2014", alcançando ainda a menção honrosa "Qualidade do serviço".
Ler mais: http://goo.gl/oBjzdK